19 agosto 2010

Meu, teu e nosso - FONTE: DIÁRIO DA LULU

das dificuldades maiores da vida é sabermos onde terminamos e onde começa o outro em nós. Já misturei-me completamente, a ponto de ficar um bom tempo sem fazer uso da palavrinha tão importante que é EU. Éramos dois, e éramos sempre juntos, e nós gostávamos disso e achávamos aquilo e íamos para lá e para cá. Sempre juntos, sempre nós. Até que me perdi e não sabia mais onde me achava nesse emaranhado de casal. E terminou a história.


Aos poucos, voltei para o singular, procurando e buscando, os meus próprios costumes, gostos, amigos, jeitos.
Demorou muito, muito tempo, para que por fim o "a gente gostava", "nós fazíamos", "fizemos, vimos e fomos" parasse de frequentar as minhas palavras. Aos poucos, construí meu  novo mundo.
Depois misturei-me de novo, e fui o que não era muito para ser o que o outro queria. E de novo separei-me. E misturei-me de novo, por carência, cuidados, e pele.
Até que então aprendi a andar sozinha, chegar e sair sozinha, contar para os amigos as coisas da vida, contar para mim mesma e comigo mesma. Gripei sozinha, cozinhei, fiz sopa. E agora posso dizer muito de mim, no singular,  com  alguma intimidade e bastante felicidade de quem conseguiu, um pouco que seja, conviver e bem, sozinha consigo mesma. 
 Fonte:Diário da Lulu 

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