25 junho 2010

Era viva, cheia de esperança, sonhadora, idealizava a felicidade...Minha infância foi assim.
Ao passar do tempo perdi meu tesouro, minhas estrutura, minha paz,os meus pais se foram e tudo ficou para trás.
Fiz as malas e parti, o lugar não sei ao certo em um abrigo me perdi, eu não soube o que fazer a solidão me dominou e se tornou presente.
Sem ligar para o que eu sentia me venderam como um objeto qualquer!
Conheci minha nova casa, conheci minha nova mãe, estampei um sorriso no rosto mas não era verdadeiro, logo em seguida conheci um novo pai, ele não era um dos melhores, o seu olhar era medonho, me causava arrepios e insegurança.
Acho que eu não nasci pra essa vida...no mesmo mês a nova mãe partiu, mas nunca deixei de acreditar que um dia minha história iria mudar.
O novo pai não abriu mão, e você acha que alguém abriria mão de me ver sofrer? Era assim que eu pensava.
Fui crescendo com espancamentos, chingos, escravidão que me fizeram sentir ódio e repugnancia, tentei diversas vezes me matar, mas nem pra isso ele me deixava ir.
Com dezoito eu já era uma mulher, e ele o mesmo canalha de sempre.
Mas dessa vez passou dos limites, abusar sexualmente de uma mulher, não era o mesmo que iludir uma criança.
Cometi um grave crime, matei a única pessoa que restou, mas ele havia me matado primeiro, tirou a minha essência, me matou interiormente.
Não confessei o crime, eles não tinham provas o suficiente para me condenar, então mesmo com peso na conciência, resolvi sorrir para um novo horizonte.
Olhei pro mundo como uma menina que pedia doce, todos os pequenos detalhes, eram imensos pra mim.
Segui em frente, levantei a cabeça e lutei com garras e unhas, mas o meu passado ainda me condenava, eu não era feliz...
Conheci um homem, ele era adorável, me ajudou a passar por tudo, eu sabia que não estava sozinha, acolheu minha magoa e enxugou minhas lagrimas, dava o carinho que a muito tempo não tinha, era o meu pai e minha mãe juntos num só.
Conseguiu me convencer que sempre existirá um novo ínicio, basta você acreditar, guardei essa frase como inspiração, ele estava ao meu lado e aquilo era real.
Arrumei um emprego, mudei de vida e constitui uma vida ao lado dele.
Nos casamos, parecia um sonho, uma felicidade inesplicavel, nunca pensei que me sentiria assim, mas sempre acreditei nisso.
Como era bom passar o tempo ao lado dele...
Pouco tempo depois da lua de mel, descobri que estava grávida e ele dizia que iria ser o pai mais feliz do mundo.
Continuamos nossa rotina, como um casal comum.
Oito meses depois, meu filho já havia crescido dentro de mim, e meu marido afirmava a velha frase “Sempre existirá um novo ínicio, basta você acreditar"...E assim que ele terminava de dizer, a bolsa estorou, a levou correndo pro hospital, chegando lá ele passou 12 horas esperando.
No dia seguinte a tragédia, recebeu a noticia de que sua mulher e seu filho teria partido...
Era a vez dele sofrer, passou noites e dias chorando ao relento, procurando uma explicação, não tinha coragem de entrar na velha casa onde eles viveram.
Mas bateu a saudade e ele resolveu relembrar e assim que saísse de lá, o declarava a própria morte.
Olhou tudo na casa, até os mínimos detalhes, e por ultimo, entrou em seu quarto,e lá era onde ficava as maiores lembranças, abriu sua gaveta para sentir o cheiro das roupas dela, e lá havia um pedaço de papel velho, ficou com um certo receio em ler, mas algo dizia que oque estava escrito iria mudar a sua vida; e então ele desembrulhou calmamente, e quando abriu estava escrito suas próprias palavras, com a clareza do recomeço que mostrou a ela: “Sempre existirá um novo ínicio, basta você acreditar”. E aquelas palavras percorriam por sua veia levando até a pulsação, como se ela dissesse para ele não desistir, pois ela sempre iria estar com ele.
Então ele mudou o seu destino, e saiu daquela casa com outra ideologia de vida, mas ainda estava triste, e ao longe avistou um banco vazio e obscuro..se encaminhou até lá. Sentou-se, e só queria refletir, e sabia que a revolta não o levaria a nada, ela o ensinou isso!
E a cada suspiro sentia sua presença, a palavra chave era "recomeçar", sabendo que não estava sozinho.
E num banco escuro e sombrio, avistou uma luz no fim do túnel.

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